REVIEW: STRATOVARIUS + BANDAS DE SUPORTE – ATENAS – GRÉCIA


Sete anos depois da sua última performance na Grécia e com várias mudanças indo e vindo na banda, a banda de Power Metal finlandesa Stratovarius, amada pela multidão grega, retornou para fazer um show inteiro (sem contar a sua performance com o Helloween dois anos atrás, que foi cheia de problemas e eu intencionalmente a evitei, pois não gostaria de vê-los como uma banda de abertura, tocando por menos de uma hora). O último álbum “Nemesis” fez com que até mesmo os fãs que os esqueceram entrarem no Gagarin e dá-los uma última chance, e eles com certeza saíram satisfeitos.
The Silent Rage foi a banda que abriu o show, com Steve Venardo como novo vocalista e já que eu os vi várias vezes, eu devo admitir que ele se encaixa na banda, especialmente nesta forma mais agressiva que eles vem seguindo (e que eles devem fazer, pois afinal de contas, Power Metal DEVE ser rápido, pesado e agressivo). As duas novas músicas que eles tocaram são de um nível melhor que as antigas, que continuam ótimas, mas a banda parece se desenvolver. Se o som no início não os ferrassem, nós estaríamos falando de uma performance quase perfeita. O novo baterista é excepcional, tirando o fato que ele não conseguiu ser ouvido tão alto quando deveria ter sido. O novo line-up parece ter impulsionado a banda. Vamos ver se o seu próximo álbum, “Inner Scars” irá justificar as expectativas que nós temos para eles.

Secret Illusion, por sua vez, é uma banda da qual eu recentemente fiz um review e estava curioso para ver como eles seriam ao vivo. Fato 1: Eles tiveram o melhor som da noite (melhor até que o do Stratovarius). Fato 2: o vocalista é INACREDITÁVEL. Esse cara não entende o que estúdio e palco significam, com certeza ele é muito importante para a banda, ele parece ser capaz de cantar tudo. Eles tocaram músicas do seu álbum e do seu EP, com “Echoes In The Shadows”, “Point Of No Return” e a última “Silent Voices” sendo as melhores do set. Infelizmente o teclado, as vezes, preenchia o som da guitarra, que deveria ser mais alto (como no seu álbum), mas a banda fez uma grande performance. A única coisa necessária para o seu próximo álbum é um toque mais pesado nas músicas, eles tem todo o resto que é necessário para ser muito bom.

Stratovarius fez a segunda melhor performance das quatro que eu já presenciei até agora, simplesmente porque parece que tem uma atmosfera familiar dentro da banda, algo que certamente faltava em 2006 quando você conseguia ver eles não falando entre eles mesmos. Aqui eu devo pessoalmente parabenizar Timo Tolkki por dar os direitos da banda aos outros membros e se afastar, foi o melhor para todos. Matias Kupiainen nas guitarras é a razão da ressurreição da banda nos últimos três álbuns (“Polaris”, “Elysium” e “Nemesis”) e embora ele não tenha dado o mesmo som, dá para ver que ele é um ótimo guitarrista e substituiu perfeitamente o vazio do Tolkki.

A real surpresa foi a performance do novo baterista, Rolf Pilve. Esse cara realmente sabe detonar na bateria e por mais estranho que possa ter sido, eu não pensei no Jörg Michael e na sua ausência em nenhum momento. Lauri Porra no baixo já tinha mostrado sua resistência com a banda e se encaixa perfeitamente na parte de ritmo. Para os dois membros antigos, Jens Johansson sempre será a primeira pessoa que vem na minha cabeça quando nós falamos de teclados (eu me apaixonei por seu modo de tocar desde os tempos do Malmsteen, então minha opinião pode ser parcial) e por último, mas não menos importante, Timo Kotipelto, que continua um grande vocalista nos seus 44 anos de idade é a razão da qual nós continuamos vendo a banda ativa.

O setlist começou com “Abandon”, e rapidamente passou para “Speed of Light” do seu, certamente, melhor álbum “Episode” (nenhuma pergunta sobre isso), “Halcyon Days” seguindo (melhor música do “Nemesis”) e “The Kiss of Judas”, nos lembrando quantas músicas ótimas eles escreveram na época. “Dragons” foi outra nova, seguida por um solo de bateria desnecessário, mas “Eagleheart”, “Fantasy” (outra ótima música nova) e a surpresa de “Destiny” (composição de dez minutos) trouxe todas as possíveis questões para as performances da banda omitir sem pensar duas vezes.

Um solo de baixo de Porra (melhor que o solo de Pilve, pelo menos) antes de outra surpresa com “Distant Skies” e a maravilhosa jóia de “Black Diamond” nos mostrando que não importa o quanto outras bandas tentem, elas NUNCA irão escrever tais músicas. Outra nova com “If The Story Is Over” e “Against The Wind” (irrelevante, mas é a música de Heavy Metal preferida da minha mãe), levando as pessoas à loucura, antes de fecharem com “Unbreakable” (melhor música que o Eurovision poderia ter ter, mas não tenta, sério) e, claro, “Hunting High And Low” para o final, com a banda brincando com a platéia sobre o quão alto eles poderiam cantar.


No final, os fãs estavam mais que satisfeitos, a banda ganhou todas a impressões e carinho das 600 pessoas que estavam dentro do Gagarin, o coro “Stratovarius, Stratovarius” no final nos lembrou um pouco de 1997, quando eles gravaram o seu álbum ao vivo na Grécia. Dezesseis anos se passaram desde então, mas a banda no seu segundo nascimento provou que o seu passado não foi só uma questão de sorte. Para o final, eu vou apenas fechar dizendo que eu não troco os 100 minutos que eles tocaram nem por 1000 minutos de um combinado ao vivo que poderia ter Blind Guardian, Helloween, Gamma Ray, Running Wild e todas as outras

bandas de metal européias (exceto pelo Rage, talvez). Os finaldeses continuam brilhando no escuro. Vamos torcer para que dure por muitos anos mais.

Review: Aggelos “Redneck” Katsouras

Fotos: Andreas Denwar

Tradução: Marina Cruzeiro

Fonte: Metal Paths