STRATOVARIUS - CITIBANK HALL, SÃO PAULO 2009

Em uma das regiões mais tradicionais de São Paulo, alguns dos mais aficionados fãs do metal se reuniram no Citibank Hall para ver o retorno ao Brasil de um dos maiores expoentes do metal finlandês.
Depois de quatro anos sem nenhum show no país muita coisa mudou. A saída de Timo Tolkki, a chegada de Matias Kupiainen, a vontade dos outros membros de prosseguirem com o trabalho do grupo e o lançamento do tão esperado “Polaris”, além de várias disputas e discussões entre Tolkki e os seus ex-companheiros.

Com tudo isso, seria comum que muitos dos fãs estivessem realmente esperando para ver ao vivo o resultado de tantas mudanças, se o Stratovarius continuava sendo o mesmo ou se era apenas passado.

Em uma casa de shows quase lotada, o Stratovarius subiu ao palco do Citibank Hall com poucos minutos de atraso. A banda abriu com a música “Destiny”, do álbum de mesmo nome de 1998. Uma parte do público estava bem animada e a banda mostrou-se bastante afiada e preparada para o show, tocando muito bem cada nota, com erros imperceptíveis.

A segunda música foi o clássico “Hunting High And Low” do álbum “Infinite”, que botou fogo na platéia, que lembrou o refrão e cantou junto. “Speed of Light” veio logo depois, onde o novato guitarrista Matias Kupiainen e se mostrou um substituto a altura de Timo Tolkki pelo menos no comando das guitarras, com uma apresentação bem rápida e técnica digna do Stratovarius.

A seguinte tocada foi “The Kiss of Judas”, onde o público também participou a cada segundo. O Stratovarius se mostrou uma banda bastante competente e que trouxe o que o público desejava: os grandes clássicos da década de 90.

Quebrando a sequência de clássicos, a banda então tocou algumas das músicas de “Polaris”, álbum lançado este ano. “Deep Unknown” e “Winter Skies” foram muito bem tocadas e empolgaram uma boa faixa do público. No meio das duas, “A Million Light Years Away” do “Infinite” também não decepcionou.

O baterista Jörg Michael realmente estava em ótimo nível e comandou de sua bateria o som da banda, com a velocidade já bem característica de suas batidas. Outro que estava bastante empolgado era Timo Kotipelto, que arriscou algumas palavras em português – que ele repetiu umas quatro ou cinco vezes durante o show – e cantou junto com o público durante boa parte do espetáculo, além de em um momento do show tirar fotos dos fãs com suas próprias câmeras.

Mas quem acabou roubando a cena foi o baixista Lauri Porra, que depois da música “Phoenix” levantou o ânimo público com uma ótima disputa entre ele e o guitarrista Matias Kupiainen. Lauri brincou com seu sobrenome, fez graça para o público e mostrou-se muito animado no palco.

Após a troca de solos, a banda retornou ao palco para tocar a música “Forever is Today” de “Polaris”, muito bem recebida pelos fãs que se mostraram muito empolgados. A seguir, a banda tocou “Twilight Symphony” com grande participação do público, que gritou e cantou o refrão juntamente com Kotipelto.

“Higher We Go” foi também muito bem tocada, a música que mais empolgou os fãs dentre as do novo álbum, porém acabou apenas servindo como ponte para o clássico “Paradise”, que levou o público as alturas em uma das melhores performances da noite.

Logo depois veio “Eagleheart”, tirando mais alguns gritos dos fãs, que cantaram junto o refrão da música e mostraram grande empolgação.

Após o final da música a banda deixou o palco. Os gritos foram escassos, em alguns momentos a platéia gritou pelo nome da banda, em outros gritou pela música “Black Diamond”, sem dúvidas a mais esperada da noite pela maioria dos fãs.

Em alguns minutos Timo Kotipelto retornou ao palco, juntamente com Matias Kupiainen e Jörg Michael, para tocar a balada “Forever”, que foi dedicada ao seu avô. A platéia respondeu com aplausos e cantou a música do início ao fim junto com o vocalista. A segunda música do bis foi “Father Time”, também tocada com muita técnica e empolgação da audiência.

Timo Kotipelto, já no clima de despedida, então anunciou que a “última música não falava sobre vermelho, azul ou amarelo, mas sim sobre preto” e apresentou o tecladista Jens Johansson. As luzes do palco se apagam, um holofote focou o tecladista e o palco ficou vazio para um longo e complexo solo que aos poucos se tornou a introdução de “Black Diamond”, com o retorno do resto da banda ao palco em um dos melhores e mais esperados momentos da noite.

No final da música, Kotipelto agradeceu novamente a platéia e disse que estava indo agora para Quito, Equador, mas antes queria ensinar o público a contar de 1 a 4 em finlandês. Ele não gosta, para ele está muito baixo, e provoca a audiência quando pergunta se conseguem gritar mais alto que os argentinos.

A banda se mostrou bastante desenvolta no final do show, quando Jörg Michael saiu da bateria e veio para frente presentear a platéia. O clima parecia ótimo, todos os membros estavam realmente mostrando dedicação, sem aquela falta de vontade vista por muitos na passagem de 2005 pelo Brasil.

O Stratovarius mostrou que está em uma das suas melhores fases, pelo menos nos palcos. Quem foi para a apresentação em São Paulo saiu bastante satisfeito com a performance do grupo, que está conseguindo cravar novamente seu nome na história do metal, mostrando que tem ainda muito a oferecer para seus fãs.

Setlist:
1. Destiny
2. Hunting High And Low
3. Speed of Light
4. The Kiss of Judas
5. Deep Unknown
6. A Million Light Years Away
7. Winter Skies
8. Phoenix
9. Solos (Matias Kupiainen e Lauri Porra)
10. Forever is Today
11. Twilight Symphony
12. Higher We Go
13. Paradise
14. Eagleheart
Bis:
15. Forever
16. Father Time
17. Intro (Jens Johansson)
18. Black Diamond

Stratovarius é:
Timo Kotipelto – Vocal
Jens Johansson – Teclado
Jörg Michael – Bateria
Lauri Porra – Baixo
Matias Kupiainen – Guitarra

Fonte: Whiplash